Por Carol Mondin
O Camboja é aquele lugar que você sente que tem algo diferente, mas não consegue definir muito bem o que é. Ano passado, no meu último mochilão, passei 12 dias por lá e vou compartilhar com vocês um pouquinho do que pude registrar com a retina, câmera e, claro, com o coração. Afinal, o coração é minha bússola quando viajo sozinha pelo mundo. E ai, vem comigo?
A chegada em Siem Reap já causa um misto de estranheza e encantamento, afinal, uma pequena casa térrea não condiz muito com a nossa expectativa de aeroporto. Em alguns passos você pega sua mala, mais alguns metros e já está no estacionamento. Há um serviço de tuk-tuk – tão estruturado quanto o de táxi – para levar os recém chegados aos seus destinos.
O trânsito asiático é muito caótico, muito mesmo! Faróis, sinalizações e faixas de pedestres são raríssimos e, ainda assim, tudo funciona. A viagem é confortável e a experiência de ficar tão próxima às pessoas, motos e carros é divertida. Estava decidida: seria esse meu meio de transporte! A qualquer hora, em qualquer lugar, há alguém oferecendo esse serviço e a comunicação termina aí. Cambojanos – em sua imensa maioria – não falam inglês e então você pode mostrar o endereço na tela do celular ou aprender a pronunciar o nome do hotel como eles. Escolhi a segunda opção, após um intensivão com os locais. Ao que tudo indica, aprendi direitinho. 😉
Sozinha, não me senti insegura em momento algum. Andei de manhãzinha, à tarde, à noite, de madrugada sem nenhum tipo de medo. Ali não há grandes muros, portões, cercas elétricas e, de alguma forma, isso me deixava mais tranquila. Não sofri nenhum tipo de assédio e os olhares desrespeitosos e piadinhas sempre vieram de não locais.
O curioso dali é que não há nada de tão especial, espetacular ou avassalador que conquiste de cara mas, quando menos esperava e sem saber como, estava completamente apaixonada.
Ouvi alguém dizer que o Camboja “é uma grande favela”. Sim, é um modo de ver, sentir e também de ser (afinal, cada um vê as coisas do tamanho da própria alma, né?). A pobreza é extrema, o saneamento básico é raro, há lixo cobrindo muito do que deveria ser “rua” e, ainda assim, é um local rico. E isso, sem dúvida, se deve às pessoas que estão sempre com olhos bondosos e sorrisos abertos, apesar da dificuldade em se comunicar com as palavras.
Durante todas as minhas andanças, me chamou a atenção que as mulheres movem a economia. Estavam por todos os cantos, dos mais turísticos aos mais tradicionais.
Durante os anos 70, o Khmer Vermelho, liderado pelos comunistas, ganhou apoio popular e, em 1975 tomou a capital Phnom Penh. Assim começou uma guerra civil que exterminou entre 1 e 2 milhões de pessoas. Hoje ainda há áreas interditadas com restos de minas, mutilados de guerra, torturadores e ex-guerrilheiros, tentando, apenas, recomeçar.
Antigo reduto espiritual dos tempos do império, mais de mil ruínas fazem parte do complexo de Angkor, o maior monumento religioso do mundo, considerado patrimônio cultural pela UneÀsco. Apesar de grande parte dos viajantes estar mais preocupada apenas em encontrar os melhores ângulos para tirarem suas selfies, estar em um local assim é uma experiência perto do indescritível. A energia é diferente e a reflexão sobre nossa existência é inevitável.
O Camboja me surpreendeu, encantou e apaixonou. Se eu voltaria? Agora!
Acompanhe o Mulheres Viajantes por aqui também!
Facebook: facebook.com/projetomulheresviajantes
Instagram: @mulheres.viajantes
Youtube: https://www.youtube.com/mulheresviajantes
Se estiver em busca de hospedagem, aproveite o nosso link do Airbnb: www.airbnb.com.br/c/tcarneiro11