Amanda, você poderia nos contar um pouco mais sobre você e a sua formação?
Sou formada em Design Gráfico e, depois de trabalhar em algumas empresas e não me encontrar, hoje trabalho como freelancer na área. No momento estou tentando mudar pra área de programação para conseguir trabalhar melhor de forma remota. Fiz minha primeira viagem sozinha aos 17 anos, quando fui pra Europa passar três meses viajando por lá e, desde então, não parei mais. Percebi nessa primeira viagem como viajar me fazia bem, e como eu era apaixonada por isso. Desde então, eu tento fazer pelo menos uma viagem relativamente grande por ano.
O que é viajar para você?
Engraçado, estava falando sobre isso ontem: viajar é o que me faz sentir viva, sabe? É viajando e tendo experiências novas que eu tenho aquela sensação de estar exatamente onde eu deveria estar. É o que mais me faz crescer como pessoa, de várias formas: tanto aprendendo a me virar sozinha, quanto vendo o mundo com os meus próprios olhos. Quando não estou viajando, estou planejando futuras viagens, rs.
O seu blog Livre ganhou o mundo. Muitos dos seus textos são republicados por outras mídias. Você pode nos contar mais sobre como e por que o criou?
Você acredita que o fato de ser mulher influencia de algum modo a experiência como viajante?
Com toda certeza. O fato de se viajar sozinha sendo mulher está muito ligado ao medo. Se a gente já sente medo de estar sozinha na cidade onde vivemos imagina em países desconhecidos? As pessoas me perguntam como eu não tenho medo de viajar sozinha dessa forma e eu respondo que tenho medo sim, tenho bastante. A gente, como mulher, tem uma relação muito íntima com o medo, infelizmente.
Mas a cada viagem que eu faço eu supero o medo que sinto e vou mesmo assim, e sempre me surpreendo. A bondade e a parceria das pessoas na estrada é muito mais presente do que as segundas intenções, e a gente precisa tentar focar mais nisso.
Há alguma experiência de viagem que se destaca e você a considera mais especial?
São muitas, tem as engraçadas, as emotivas, as de aventura, as de medo, as de superação. Tem a da viagem que fui para a Índia fazer um trabalho com refugiados tibetanos e todas as histórias que ouvi por lá; tem a da vez que um leão entrou em um acampamento que eu estava na Tanzânia; tem a de quando precisei dormir no chão de uma estação de trem pois todos os hotéis da cidade estavam lotados; tem a de quando fui roubada e levaram tudo que eu tinha. O que não falta são experiências de viagem, todas são especiais a sua maneira e me trazem boas lembranças.
Atualmente, você conduz o projeto Voice – inglês para elas. No que consiste o trabalho de vocês?
O Voice é um projeto que ensina inglês gratuitamente para mulheres na Paraisópolis. Hoje a gente tem cerca de 90 mulheres aprendendo inglês conosco. É um projeto meu que eu tenho muito orgulho, e até hoje só gera coisas boas. As mulheres que estão conosco, além de aprenderem um novo idioma, relatam terem crescido no trabalho, se sentirem melhor e mais confiantes, fazerem novas amizades e por aí vai. Abri o Voice no começo de 2017 e desde então só vem crescendo cada vez mais. Quando nós mulheres trabalhamos juntas, e nos ajudamos a crescer, chegamos muito mais longe.
2018 já começou e quais são os seus planos?
Acabei respondendo esse e-mail com mais de seis meses de atraso, então vou falar um pouquinho sobre como tem sido o ano até aqui hahah.
2018 foi um ano de preparação para muita mudanças. Como falei anteriormente, eu estou mudando de área na carreira e no final do ano vou sair de vez (se tudo der certo) do Brasil. 2018 está sendo o ano de preparação para isso tudo e espero que 2019 seja um ano de muitas mudanças e coisas novas 🙂
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Bravo Amanda, continuaremos te seguindo onde quer que vivas, admirando sempre o teu engajamento e sede de viver!
O trabalho da Amanda é incrível mesmo!
Bravo! Bravíssimo! ?
é um trabalho lindo, não é?