Por Celiane Camargo-Borges
O papel da sororidade
Um dos grandes presentes de se viajar sozinha é a conexão que fazemos com outras viajantes solo e suas aventuras. Uma mulher viajante, dentro de um contexto patriarcal, sempre atrai outras mulheres viajantes, já que não é fácil viajar sozinha como mulher. Você pode imaginar como muitas pessoas confundem estar sozinha com estar disponível ou com não ter ou pertencer a uma família, um grupo ou alguém. Com estes desafios postos, a conexão com outras mulheres viajantes é mais forte, formando um sistema de suporte, quase como uma irmandade, de forma a tornar a aventura mais fácil e segura.
A sororidade na estrada
Este ano em que estou viajando pela América do Sul, tenho me conectado com muitas mulheres viajando solo. Nos ajudamos mutualmente a encontrar lugares seguros para ficar, nos juntamos para alguns passeios e aventuras locais e cuidamos de nossas saúde e segurança.
Duas semanas atrás, eu conheci Sofia enquanto fazia um trekking na região de Puno, no Peru. Estava visitando as chamadas Chullpas, o sistema vertical de cemitério da realeza pré-inca, quando nos trombamos. Conversamos sobre nossa experiência nos Andes e, como estava sofrendo de “soroche” (mal de altura Andino) Sofia me deu várias dicas para aliviar os sintomas. Ao final do dia trocamos telefones. Na mesma noite recebi uma mensagem de Sofia com nomes de chá de ervas para ajudar com meu mal estar. Ficamos em contato. Vários dias se passaram e quando estava voltando para Lima, cidade onde mora, resolvi escreve-la. Sofia imediatamente me convidou para ficar na sua casa uns dias para poder economizar um pouco na minha viagem. Ela também me recomendou seu taxista para me buscar no Aeroporto a noite, dizendo ser mais seguro.
Viajar sozinha e o papel da sororidade
Tenho o hábito (e a paixão) por fazer viagens sozinha há mais de vinte anos. Quando viajo solo, descubro mais sobre mim, sobre meus pensamentos, meus desejos. Ao mesmo tempo é um jeito de quebrar os padrões da rotina no corpo, gerando novas formas de estar no mundo. Estar em um lugar diferente, em uma cultura diferente, conhecendo pessoas diferentes de mim, contribui também para uma maior empatia e apreciação à diversidade das coisas e das pessoas. Além do mais, estar fora da minha zona de conforto me ajuda a exercitar a improvisação e assim, quando volto à minha rotina, estou mais flexível e feliz.
Viajar sozinha – quando um tabu virou uma necessidade
Para além de conhecer outras culturas e me conhecer mais, esta irmandade que se gera me fascina. Estes encontros criam um sistema de suporte muito potente nestas viagens. Conforme vamos criando estes suportes estamos também produzindo conexões para a vida toda. E por isso, sigo viajando sozinha e expandindo esta rede de mulheres viajantes corajosas e poderosas!
Sobre a autora
Com uma formação bastante interdisciplinar e intercultural, trabalho na interface entre a psicologia e o design thinking dentro do contexto do turismo criativo, sustentável e regenerativo. No meu trabalho de educadora, pesquisadora e facilitadora desenvolvo práticas dialógicas para projetos que busquem a mudança social, a inclusão e também se proponham a construir futuros mais promissores para o mundo.
Minha paixão por viajar, conhecer pessoas, culturas, e lugares já me levou para todos os continentes do mundo. Além de adorar me mover de lá pra cá, também gosto de me aprofundar mais no cotidiano de outras culturas. Já morei na Inglaterra, nos EUA, em Taiwan e Singapura. Hoje em dia meu cantinho está em Amsterdam , Holanda. No entanto, este ano estou fora de casa fazendo uma “jornada de conexão”, conhecendo as riquezas da América do Sul!
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Supimpa, demais…. vejo as múltiplas capacidades que nos permeiam e realização de sonhos em outras mulheres corajosas. VIVER , SE PERMITIR E SER FELIZ!!!!