Por Priscilla Cassioli de Moraes
Viajar faz parte da minha vida desde muito pequena. Nascida e criada no interior de São Paulo, mais especificamente a 400 km da capital, eu me acostumei com as viagens de fim de ano, em família, para Campinas (na casa dos avós paternos) ou para o litoral do Estado. Eu adorava, especialmente, essas viagens para a praia.
A viagem, em si, já era uma grande aventura para mim, afinal, passávamos longas horas na estrada até chegarmos ao litoral. Eu gostava de tudo: da preparação para a viagem, o que incluía escolher as roupas e arrumar as malas (com a ajuda da minha mãe, claro); daquela ansiedade gerada pela espera do grande dia; de colocar as coisas no carro, nunca me esquecendo dos enormes pacotes de salgadinhos e demais guloseimas que, além de matarem minha fome e da minha irmã, serviam como distração ao longo da “jornada” até a praia; de pegarmos a estrada, com paradas estratégicas pelo caminho para todos esticarem as pernas e explorarem os quitutes então servidos nos postos estabelecidos ao longo da(s) rodovia(s); das conversas e risadas, etc. Mas, o que eu mais gostava mesmo, era de chegar ao destino. Me recordo da minha empolgação ao avistar, pela janela do carro, o mar. Aquele pontinho azul, lá longe, ao fundo das casas que passavam correndo pelas minhas pequenas vistas. Essa talvez seja uma das minhas memórias mais fortes da época de infância.
Na adolescência, com exceção de duas viagens em família, os passeios passaram a ser compartilhados com as amigas, normalmente em excursões organizadas pelas escolas. Então veio a vida adulta, onde o quadro não mudou muito, e as viagens seguiram intercaladas com a família/amigos/namorado.
Ou seja, eu nunca tinha viajado sozinha. Incrível como os anos passam rápido e, quando a gente se dá conta, já foi quase engolido pela passagem do tempo. Foi em um desses momentos de introspecção que eu me dei conta disso. Eram meados de abril de 2011. Eu estava com 27 anos e tinha acabado de assumir um emprego no qual eu passava boa parte do tempo me questionando o que eu fazia ali – onde tinham ido parar os meus sonhos, afinal? Um desses sonhos (talvez o maior de todos) sempre foi o intercâmbio. Eu nutri, durante anos, o desejo de realizar um intercâmbio – sei lá, a ideia de estudar, trabalhar e morar fora do país por um tempo era tentadora demais para mim, mas, por algum motivo, eu fui deixando esse sonho de lado, talvez sempre acreditando que ainda era jovem e que teria tempo de realizá-lo “no momento certo”.
Ocorre que o “momento certo” não chegou e eu me vi, com 27 anos, profundamente infeliz em uma profissão que nada me acrescentava, exceto no quesito “salário razoável para início de carreira”. Foi quando tive um estalo: não quero esse emprego, quero realizar meu sonho. Sem pestanejar, tomei as providências para me desligar da empresa e iniciei as pesquisas para concretizar o intercâmbio.
Escolhi a Austrália, por questões práticas – já dominava, de certa forma, o idioma inglês; o clima é semelhante ao nosso (e eu detesto sentir frio) e o mais importante: na Austrália, com o visto de estudante, era possível iniciar, desde logo, uma atividade remunerada, o que se mostrava primordial para quem estava indo viajar com pouco dinheiro. Alguns meses após tomar a decisão de deixar aquele emprego e correr atrás do meu sonho, eu estava embarcando, sozinha, para o outro lado do mundo.
Essa foi a minha primeira viagem sozinha e essa aventura rendeu tantas histórias que elas acabaram virando o capítulo de um livro – não deixem de conferir no livro “Bravas Viajantes – histórias de sete mulheres se aventurando sozinhas por sete cantos do mundo”, lançado pela editora O Viajante, à venda nas grandes livrarias do país. 😉
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