Por Juscilene Ferreira
Dia 25 de maio de 2016,
Nós, alunos e professores do EJA (Ensino de Jovens e Adultos), saímos de São Paulo com destino a Minas Gerais. O objetivo era conhecer as cidades históricas de Minas. Foi um estudo espetacular! Pois, ali podemos completar os estudos em sala de aula. Vou contar um pouco do que pude concluir desse grande e maravilhoso estudo. É provável que os nossos governantes não visitem Ouro Preto, ou façam as visitas com o intuito de manter a escravidão como era antes, pois se olharem com um olhar humano com certeza sentiriam a forte energia e fariam diferente do que fazem com a população pobre e negros até hoje. Nem precisa se ter sensibilidade para sentir que não se entra sozinho nas cidades históricas de Minas Gerais.
Há sempre algo, um vulto que acompanha e sussurra palavras de amor ou ódio, pois aquelas cidades são a real representação do que os portugueses aqui produziram. Atitudes que ficaram registradas nas marcas da escravidão e da desigualdade.

Ouro Preto é como uma visão, uma miragem em meio à densa névoa que nos apresenta como um passado, mas se prestarmos atenção, ele continua com outras roupas. A visita é empolgante, mas de repente parece que é uma realidade. A romaria de vivos se mistura a uma romaria de mortos. As figuras históricas se confundem aos contemporâneos. As cidades históricas mineiras ao meu ver estão acima do bem e do mal.

Quem não vê assim não aproveita a visita, pois são cidades extremamente humanas, construídas com o esforço e até o sangue de africanos e seus descendentes que não tinham sequer o direito de comer, era lhes dado os restos para que não morresse de fome, tratados como se fossem seres inferiores. Além disso, como se fosse pouco ainda eram acorrentados e chicoteados.
Vendo lá todas essas senhas senti na pele a dor da crueldade, pois se hoje faço EJA com a idade que tenho é porque pouco mudou de lá para cá. Hoje ainda somos nós os descendentes daqueles escravos que continuamos trabalhando para sustentar a Coroa e uma boa parte de políticos corruptos desse país.

Nessa viagem à Minas pude sentir-me ali acorrentada e chicoteada, pois foram meus antecedentes que viveram tudo aquilo e hoje ainda vivemos os reflexos daqueles tempos, pois até hoje somos vistos e tratados como seres inferiores, sem direitos, sem saúde e sem educação. É justo?

Espero e creio que um dia tenhamos um presidente do povo com o povo e para o povo, mas para isso temos que lutar e estudar, viagens nos faz viver e ver muita coisa, nos faz pessoas melhores, temos que buscar e eleger pessoas que tenham planos de governo favorável a educação de qualidade, pois só assim poderemos mudar esse cenário e nos distanciar dessa desigualdade. Só a educação será capaz de nos trazer um país melhor.

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