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MINAS QUE FAZEM// Lilian Kawatoko propagando o ATS pelo Brasil

 

A conversa de hoje é mais do que especial! Entrevistei Lilian Kawatoko, uma mulher de muitos braços que atua como bailarina de danças étnicas orientais, American Tribal Style (ATS) e tribal fusion; designer de moda, figurinista e empresária na Khalidah, SisterStudio pelo FatChanceBellyDance (FCBD) e professora no studio do Sisterhood Project ATS, grupo dirigido e idealizado por ela.

Conheci a Lili na minha primeira aula de dança, do alto dos meus 23 anos e após o término de um relacionamento abusivo. Passaram-se quatro anos de encontros semanais de dança, em que ganhei uma amiga querida e que pra mim é um exemplo de pessoa determinada, aquela que faz e acontece, sabe? Mais do que isso, ela torna matéria o que ficaria tão somente no plano das ideias.

 

Lilian, você poderia nos contar um pouco mais sobre você e a sua formação?

 

O início na dança foi através do ballet clássico aos 7 anos de idade, onde permaneci até os 14. O ballet até hoje significa muito para mim! Amo-o profundamente por toda disciplina e superação pessoal que ele proporciona. Depois passei um tempo me dedicando a outras artes, como: teatro, desenho e música. Aos 20 anos, voltei para a dança através da dança do ventre.

Aos 23, conheci o tribal fusion e o ITS, e decidi me aprofundar em ATS (American Tribal Style) logo que comecei a estudar. Fiquei fascinada e transformei aquilo em uma filosofia que carrego em minha vida. Fui estudar na Califórnia e me tornei SisterStudio em 2012.

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Lilian Kawatoko e Caroleena Nericcio, criadora do estilo de dança ATS (American Tribal Syle) em sua certificação profissional na Califórnia, EUA

Nesse meio tempo tive professoras e mestras maravilhosas, entre elas: Sandi Ball, Wendy Allen, Anita Lalwani, Carolena Nericcio-Bohlman, Kae Montgomery, Marsha Poulin, Morgana Guibelalde, Ariellah Aflalo, Zoe Jakes, Mardi Love, Sharon Kihara, Mira Betz. Além de brasileiras incríveis como: Ammura El Mizar, Marisa Éscher, Jauhara, Mariana Quadros, Rebeca Piñeiro, Fernanda Rubio, entre tantos outros queridos.

No momento, pratico kung fu do estilo louva Deus na TSKF e sigo estudando e reciclando ATS todos os anos.

Tribalizando: ATS no Momento Movimento

O que é viajar para você?

Viajar pra mim, é um amor  e uma necessidade tão grande que não sei se conseguiria excluir isso da minha vida um dia.  Venho de uma família bem aventureira que me iniciou nas viagens pelo Brasil bem cedo! O primeiro grande salto que dei indo morar fora do oaís foi aos 17 /18 anos.

As viagens seguem sendo meu lugar de encontro comigo mesma e às vezes fuga, minha digestão sobre o que acontece na vida, experiências, aprendizado, prazer, magia. Um privilégio que podemos escolher (sim, podemos). Uma pessoa que viaja nunca mais é a mesma, e que bom que isso acontece!

Por que eu amo viajar?

Você acredita que o fato de ser mulher influencia de algum modo a experiência como viajante?

Já deixei de escolher uma viagem por medo de ser uma mulher sozinha viajando para aquele lugar. Também já viajei desinformada de jornais e mídias, continuei viva e não passei por nada que me desse medo. Acredito que o fato de ser mulher pode nos limitar às vezes, e como saber se é real ou está na nossa cabeça esse limite? É complexo! Sou a favor do nosso fortalecimento como sexo forte e capaz, porque somos e o mundo precisa enxergar isso. Então é ótimo ver mais mulheres decidirem viajar.

 

Há alguma experiência de viagem que se destaca e você a considera mais especial?

 

Sim, eu conheci 9 países mas tem 3 viagens que marcaram muito:

A primeira que foi quando decidi ir morar no Japão aos 17 anos, primeiro, com meu irmão e posteriormente voltei com um namorado, que foi a experiência que me tornou quem eu sou hoje, pensamentos, ideologias, enfim. Se eu pudesse dar um conselho para mães eu diria: mande seu filho ir se virar em outro País sem a sua ajuda sentimental ou financeira! rs

Isso transforma qualquer criança em um adulto mais forte e maduro e cria valores que vão ficar pra vida toda.

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Lilian Kawatoko e sua banda de Rock no Japão, Rockngrass

 

A segunda foi Egito, eu viajei para lá do Japão, era meu sonho de adolescente. Quando eu cheguei no templo de Abu Simbel, toquei o chão e chorei. Foi dessa viagem que surgiu essa vontade de viajar para sempre.

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Lilian Kawatoko em sua viagem ao Egito, quando a vontade de nunca mais parar de viajar começou

 

A terceira foi um mochilão pela América do Sul em 36 dias, onde além de visitar lugares incríveis, eu fiquei boa parte da viagem totalmente sozinha. Fiz novas amizades e foi aí que a viagem fez realmente sentido, que me transformou e me tirou da minha zona de conforto. Me fez praticar a confiança e repensar toda minha vida. Recomendo!

 Uma experiência no deserto do Atacama

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Lilian Kawatoko em seu mochilão pela América Latina // Salar do Uyuni, Bolívia

Como surgiu a ideia de criar o Propagando o ATS pelo Brasil?

Na época da minha formação em ATS, no Brasil todo éramos em 8 e a maioria se concentrava em SP e RJ. Eu sabia como era difícil estudar ATS por vídeo e com pouca informação, porque esse foi um dos motivos que me levou a me formar e beber informação da fonte.

Então com ajuda de uma amiga, Marcela Mejias do Feito à mão por Raven Kirsh, comecei a estruturar um projeto de aulas com preço justo e de maneira intensiva para levar para os estados que tinham interesse no estilo, mas que não tinham sisters ou mais informações por perto. A primeira edição foi em Caxias do Sul, e o projeto continua dando certo até hoje passando por Ceará e Mato Grosso do Sul, onde inclusive deu tão certo que virou uma turma regular.

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Lilian Kawatoko e sua primeira turma do Propagando o ATS pelo Brasil, em Caxias do Sul, RS (2015)

Como eu tenho bastante desprendimento e flexibilidade para viajar, eu simplesmente adoro e recarrego minhas baterias de forma incrível quando vejo tanta energia e vontade de aprender nessas turmas! Já cheguei a dar 16 horas de aula em um final de semana e voltar extasiada, realizada, e encantada para SP, cansadíssima e cheia de amor por ver o interesse que essas turmas têm em aprender.

 

2018 já começou e quais são os planos para dar continuidade ao projeto?

 

2018 é um ano muito especial para mim, que chegou com tudo, com muita oportunidade de mudança e realizações. As aulas do propagando ATS pelo Brasil já estão fechadas até dezembro de 2018 e também tem meu novo projeto de ATS, “Sisterhood project” que tem eventos marcados  e planos também até meados de Outubro já. É minha nova “menina dos olhos”! Onde eu vejo respeito, admiração, superação saudável, amor, e vejo realmente o ATS acontecendo. E tudo que aparece vamos somando, aprendendo, realizando.

Sisterhood Project ATS  São Thomé das Letras Minas Gerais
Sisterhood Project ATS em São Thomé das Letras, MG

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